Robô utiliza IA, responde e entende linguagem Humana

Humanoide Desenvolvido pela Open IA e Figure AI é capaz de fazer gestos e ações de precisão; máquina deve “trabalhar” em montadora.


HENRIQUE SAMPAIO

Matéria publicada pelo Jornal ‘O Estado de São Paulo’, domingo, 15 de março de 2024.

Resenha: Profa. Dra. M. Elisa Ehrhardt Carbonari (UNICAMP)


Ousando fazer uma introdução sobre a matéria, apresento a conceituação de alguns termos fundamentais para se entender a complexidade do tema.

  • Humanoide – Segundo Brett Adcock (CEO da Figure AI), o Humanoide é um robô que possui câmeras integradas que captam imagens e as processam por meio de um modelo de linguagem visual e verbal treinado pela Open AI.
  • Inteligência Artificial – IA é a capacidade que uma máquina tem para produzir competências semelhantes às humanas como é o caso do raciocínio, a aprendizagem, o planejamento e a criatividade. 
  • Open AI – É um laboratório de pesquisa de Inteligência Aritificial – IA USA, uma   organização sem fins lucrativos – OpenAI Incorporated e sua subsidiária com fins lucrativos OpenAI Limited Partnership. 
  • A OpenAI  conduz pesquisas de AI com a intenção declarada de promover e desenvolver uma AI amigável. (Wikipédia)
  • Figure AI – A Figure AI é uma companhia de pesquisa de IA, tecnológica de apenas 2 anos, ainda não possui produto comercial.

A matéria inicia com a notícia de que um “Humanoide Desenvolvido pela Open IA e Figure AI, capaz de fazer gestos e ações de precisão; e que essa máquina deve “trabalhar” em montadora da fábrica da BMW, a primeira companhia a fechar um contrato com a Figure AI que equipará uma fábrica da montadora alemã na Carolina do Sul-USA.

O robô Humanoide Figure 01, resultado de trabalho entre a Open AI e a Figure AI, sediada na Califórnia USA, tem causado espanto por seu realismo e precisão desde sua última apresentação, capaz de entender e interpretar a linguagem humana e responder não apenas com falas, mas com gestos e ações muito precisas. 

No vídeo apresentado pela Figure AI, o robô atende uma série de pedidos de um homem, reconhecendo todos os itens que estão sobre uma mesa, oferecendo o único item comestível, uma maçã quando é pedido a ele algo para comer.  

Ainda segundo a Figure AI, o robô é capaz de aprender por conta própria, de acordo com o que a companhia chama de “manipulação bimanual aprendida de baixo nível”, um sistema que combina calibrações de imagens com uma rede neural para controlar o movimento, determinando poses do pulso e ângulos das articulações dos dedos com grande precisão.

Em outubro de 2023 a Figure AI já tinha apresentado seu robô Humanoide em pé realizando tarefas simples, demonstrando um pouco de suas capacidades de aprendizado por observação.

A Figure AI é uma companhia de apenas 2 anos, e não possui produto comercial, no entanto, influentes apoiadores da indústria de tecnologia poderão apoiar o envio de bilhões de robôs semelhantes aos humanos para os locais de trabalho e residências do mundo.

Segundo Adcock 2024: “Se conseguirmos que os humanoides façam o trabalho que os humanos não querem fazer (porque para alguns trabalhos há uma escassez de humanos), poderemos vender milhões de Humanoides” (sem mencionar termos financeiros). 

Esses Humanoides provavelmente, seguiram modelos baseados na tecnologia existente da Open AI de linguagem GPT.

No entanto, existem divergências. Os especialistas em robótica divergem quanto a utilidade dos robôs moldados na forma humana. Por exemplo, a maioria dos robôs que trabalham nas tarefas das fábricas e armazéns, pode ter algumas características semelhantes as dos animais, braço, garras semelhantes a dedos, e pernas mas não são verdadeiramente humanoides.

Esse fato acontece porque os engenheiros de robótica levaram décadas para desenvolver robôs que pudessem andar ou manipular pequenos objetos de maneira confiável.

Whitney Rockley (2024), cofundadora e sócia-gerente da empresa de Capital de risco McRock Capital, Toronto (Canadá), entende que os Humanoides são relacionáveis, evocam emoções e iniciam até conversas. Na prática, ela afirma que: “eles ainda são estranhos e representam enormes desafios técnicos, e é por esse motivo que ela continua investindo em robôs não Humanoides.

Assim como o ChatGPT, será fundamental que no futuro, o Humanoide tenha bons comandos para que as máquinas trabalhem com exatidão.  

Termino a resenha apontando que os muitos países estão buscando maneiras de regular a tecnologia, incluindo questões como ética, transparência, direito autoral, e bem-estar social. No entanto, todos nós sabemos que o mais difícil é lidar com a velocidade e evolução da tecnologia, considerando que a cada dia esses sistemas ficam cada vez mais sofisticados, proporcionando avanços ainda não imaginados.   


Profa. M. Elisa Ehrhardt Carbonari – Doutora em Educação-UNICAMP

Vice-Presidente – MUST University -Fl USA

Coordenadora do Programa do Mestrado em Tecnologias Emergentes em Educação

Março/2024

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