Liderança Feminina nas organizações globais: desafios e perspectivas

Segundo estudo, mulheres líderes promovem maior inclusão e favorecem a construção de ambientes organizacionais igualitários e produtivos

A presença de mulheres em cargos de liderança tem crescido nas últimas décadas, refletindo um avanço significativo na conquista de espaços antes dominados majoritariamente por homens. No entanto, apesar dos progressos observados, a paridade de gênero ainda está distante de ser concretizada nessas posições de destaque. Nesse contexto, um estudo acadêmico conduzido por Talita de Jesus Correia, mestre em Negócios Internacionais pela MUST University, com orientação da professora Andressa Schaurich dos Santos, lançou luz sobre a liderança feminina no âmbito das organizações globais.

A pesquisa, de natureza qualitativa e descritiva, buscou compreender as características associadas à liderança das mulheres em cargos de chefia em organizações globais. Para isso, foram realizadas entrevistas e uma revisão bibliográfica foi empregada na construção do referencial teórico.

Os resultados revelaram uma série de aspectos distintivos da liderança feminina. Em contraste com o estereótipo tradicionalmente associado à liderança masculina, caracterizada por ser mais autocrática, a liderança feminina tende a ser democrática e colaborativa. Mulheres líderes estimulam a participação, compartilham poder e informação, e promovem um ambiente de trabalho onde a autoestima é valorizada e equipes são incentivadas a encontrar soluções criativas para desafios complexos.

Diversas características são recorrentemente atribuídas à liderança feminina, incluindo flexibilidade, habilidade multitarefa, visão global, comunicação eficaz, valorização do indivíduo e descentralização do poder. Além disso, mulheres líderes tendem a assumir menos riscos, preferindo abordagens colaborativas e inclusivas na tomada de decisões.

No entanto, apesar dessas características positivas, as mulheres em cargos de liderança enfrentam uma série de desafios. Entre os obstáculos destacados estão as exigências desproporcionais impostas a elas, tanto pela sociedade quanto pelas empresas. Mulheres muitas vezes são submetidas a padrões mais rigorosos do que os homens para alcançar cargos de liderança, enfrentando desconfiança, discriminação de gênero e estereótipos prejudiciais.

A maternidade também é citada como uma barreira significativa, com mulheres sendo frequentemente subestimadas ou excluídas de oportunidades de liderança devido à preocupação com licenças-maternidade e outras responsabilidades familiares. Além disso, a sobrecarga de trabalho, resultante da dupla ou tripla jornada enfrentada por muitas mulheres, pode dificultar sua ascensão e permanência em cargos de liderança.

A análise dos resultados também destaca a importância de reconhecer e combater o preconceito relacionado à idade, bem como os estereótipos de gênero que limitam as oportunidades de liderança para as mulheres. O relatório da Mckinsey & Company de 2021 aponta que as mulheres líderes enfrentam obstáculos únicos em suas carreiras e muitas vezes são sobrecarregadas e pouco reconhecidas.

Apesar dos desafios, é crucial reconhecer os impactos positivos da liderança feminina nas organizações e na sociedade como um todo. Mulheres líderes trazem benefícios como aumento da competitividade, melhor gestão de crises e maior inclusão, contribuindo para a construção de ambientes organizacionais mais igualitários e produtivos.

Em resumo, o estudo sobre liderança feminina nas organizações globais destaca a necessidade de promover a igualdade de gênero e combater os obstáculos que impedem as mulheres de alcançarem todo seu potencial de liderança. Ampliar a representatividade feminina em cargos de destaque não apenas beneficia as próprias mulheres, mas também fortalece as organizações e a sociedade como um todo.

Para ler o estudo completo, acesse a MUST Reviews, volume IX, a partir da página 278.

Sobre as autoras:

Talita de Jesus Correia 

Mestre em Negócios Internacionais (MUST University), especialista em Direito Constitucional (Estácio), Direito e Processo Penal (UCAM), Direito do Estado (UCAM), Direito Internacional Aplicado (UNA), Direitos Humanos (UniAmérica) e Compliance e Governança Corporativa (UniFTC), bacharel em Ciências Políticas (Braz Cubas) e bacharel em Direito (Mackenzie). Advogada. 

Andressa Schaurich dos Santos

Doutora em Administração (Universidade Federal de Santa Maria/UFSM, Santa Maria, RS, Brasil), Mestre em Administração (UFSM), Especialista em Gestão de Organização Pública em Saúde (UFSM) e Bacharel em Administração (UFSM). Administradora. Docente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Farroupilha. Capstone Advisor da Must University. 

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